Para Roberto Rossellini, este é o seu filme mais original. La macchina ammazzacattivi descobriu-se há poucos anos, depois de ter sido restaurada. Rosselini baseia-se no neorrealismo ou no realismo como ponto de partida, para então encontrar um caminho próximo à fábula, a partir de um texto de Eduardo de Filippo. Rossellini permite espaço para a fantasia, ainda que mantenha a improvisação respeitante ao guião, a rodagem documental de cenas reais despojadas de artifícios cinematográficos e a genuína mistura de actores profissionais com actores amadores no elenco dos seus filmes.
Um modesto fotógrafo de uma pequena cidade costeira recebe de um estranho personagem — que lhe aparece apresentando-se como Santo André — o dom de petrificar qualquer pessoa ao tirar a sua fotografia. Celestino, assim se chama o fotógrafo, institui-se deste modo como uma espécie de justiceiro que decide indiscriminadamente sobre o bem e o mal. Celestino perde o controle da máquina: agora é ela quem o domina.
Uma fábula sobre a desconfiança no poder da câmara (ou do cinema) para reproduzir a vida.